segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Seria um sinal?!

Esses dias eu estava conversando com uma amiga que disse que iria mudar algumas coisas que não estava gostando na vida dela, ia ter mais atitude e tal. Alguns dias depois ela me conta que iria sair e esta seria oportunidade perfeita; ela estava decidida, quando ligaram desmarcando. Assim, antes que ela pudesse tomar qualquer atitude, antes que ela sequer tentasse. E ela me pergunta:
- Será que é um sinal?
Não, flor. Não é um sinal. Sabe por quê? Porque quem interpreta os sinais somos nós, e nós damos a ele a interpretação que queremos.
Esses dias eu vi um filme que mostrava mais ou menos isso. Perdemos tanto tempo procurando sinais em detalhes infinitamente pequenos, fazemos interpretações malucas e com isso não enxergamos o óbvio, o que está na nossa frente. Interpretamos gestos simples como se fossem a explicação para todas as verdades. E assim, ele te puxar no MSN é sinal de que ele gosta de você, sua chefe não falar olhando pra você é um sinal que ela não te suporta e uma amiga não contar nos mínimos detalhes como foi o final de semana dela quer dizer que ela está brava com alguma coisa que você fez. Enquanto isso, não percebemos que ele só puxou porque estava entediado e deixou você falando sozinha; sua chefe te ama mas sempre faz duas coisas ao mesmo tempo, do tipo assina e dá ordens; sua amiga dormiu mal e acordou com um péssimo humor, mas ainda assim tentou te contar os últimos dias. Isso me lembra de uma frase de Clarisse Lispector que diz que “o óbvio é a verdade mais difícil de enxergar”. E é fato: nos preocupamos procurando sinais dos mais sutis, para não dizer esdrúxulos; e perdemos de ver o que está na nossa cara.
Sim, eu sei o quão divertido é procurar sinais, como tentar entender os detalhes que muitas vezes passam despercebidos, mas que é neles que encontramos as coisas mais bonitas, mais divertidas – e normalmente percebemos muito, muito depois. Mas é diferente, não é disso que eu to falando; não é quando tentamos entender o que está acontecendo, não é nos ater aos detalhes. O problema é quando inventamos interpretações que só tem lógica pra gente e, pior, aquelas que nem a gente mesmo acredita, mas que sai falando por aí, tentando se convencer e convencer aos outros. E aí, seguimos o que pensamos ser um sinal e quebramos a cara. E ainda por cima ficamos repetindo pra nós mesmos: mas e aquele sinal? Ele dizia que eu tinha que fazer isso!
Não, os sinais não dizem nada; nós dizemos. E fazemos. Mas por que achamos que são os sinais que devem guiar nossa vida? Por que não assumir as nossas vontades, os nossos medos, as nossas dificuldades? Penso que é porque é mais fácil, é como jogar adiante às nossas decisões; que se dão certo, ótimo! Caso contrário... ah, mas não fui eu que decidi. O sinal que veio errado; o máximo de culpa que eu tenho é por não ter interpretado um segundo sinal, que agora é fácil de ver.
Por isso, ao invés de procurar sinais, penso que precisamos procurar explicações. Às vezes é muito sutil a diferença entre esses dois; por isso é preciso ter cuidado. É preciso saber diferenciar o que é nosso do que está acontecendo; é preciso saber assumir a nossa forma de ver o mundo.
Quando minha amiga disse isso, sei que era brincadeira. Porque brincamos muito com esse tipo de coisa; eu sempre digo que tal ou qual coisa é um sinal, mas minha concepção de sinal é muito diferente: os sinais são a desculpa que precisamos pra fazer o que queremos, ou o que achamos que temos que fazer. Por isso, acho que se você quiser seguir um sinal tudo bem, faça-o! Mas sabendo que a decisão foi sua.

Liv Tequila.



P.s.: O filme que assisti se chama “Ele não está tão a fim de você”, e foi recomendado inicialmente por uma dazamigas; eu simplesmente amei o filme. Não sou de seguir conselhos de auto-ajuda, mas de uma forma deliciosa ele nos ensina como devemos parar de procurar desculpas e justificativas pros outros, e também como procuramos em cada vírgula sinais do que queremos – e isso não precisa ser só sobre nossas relações com os homens, pode muito bem ser estendida à toda a nossa vida.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Afinal, é blog dAzamigas ou não?

Já tava na hora de começar a escrever por aqui... já dei a desculpa de falta de tempo, passou pra falta de inspiração [que, devo dizer a verdade, se mantém] e até por algo do tipo ‘ah, a FaBeer tá escrevendo tão bem, eu não vou atrapalhar colocando uma coisa qualquer...’. Mas, é fato, a justificativa maior é que tenho uma dificuldade muito grande em escrever, assim, publicamente [ainda que saiba que o publicamente é um tanto quanto relativo...].

Escrever, para mim, é uma coisa extremamente pessoal. Porque escrevo o que sinto. E eu gosto muito de dizer e compartilhar o que penso, minhas opiniões, até meus gostos... mas dizer o que sinto é uma coisa que pra mim é tão difícil! E o principal motivo é porque tenho a impressão que não sou só uma. Não somos um só. E este post vai ser justamente pra explicar isso. E, para começar, é preciso uma [não tão] breve explicação.

Tenho alguns amigos da época do colégio, amigos daqueles que nem digo a quanto tempo porque só faz eu me sentir velha – como Azamigas. Quando entrei na faculdade, fiz outros amigos. As amizades que tinha antes não se encerraram, ao contrário, algumas delas até se fortaleceram. Mas mudaram, porque eu mudei. Depois, entrei no mestrado. E, junto com as outras coisas que aconteceram nesse período, mudei ainda mais. E fiz amigos e fortaleci algumas amizades de uma forma muito intensa. Novamente, mantiveram-se as amizades anteriores. Novamente, mudaram as relações.

Hoje eu acho incrível manter as amizades da época da escola. Porque tenho a impressão que eles sabem exatamente quem eu sou e mais, nunca me deixam esquecer isso. Vivemos coisas incríveis em uma época em que tudo era muito mais fácil; compartilhamos as dificuldades e os medos de crescer, de se tornar profissionais [das mais diferentes áreas], aprendemos meio juntos a sermos responsáveis sem que nos tornássemos chatos. Alguns deles estiveram comigo nos momentos mais felizes, e também no mais difícil. Estar com eles é uma forma de não me perder de mim mesma.
Também mantive algumas grandes amizades da faculdade. Elas me ajudaram a mudar. Elas acompanham de perto meus dramas, os reais e os que invento (que, é verdade, nem por isso deixam de ser reais). Às vezes tenho a impressão que sobrevivemos juntas às loucuras, a todas as loucuras da faculdade e o fizemos da forma mais divertida possível. Porque surtávamos coletivamente nos momentos mais difíceis. Porque instauramos a terça-insana. Porque temos milhares de estórias que são só nossas. Elas também estiveram comigo no meu melhor e no meu pior. Estar com elas é saber que eu posso ser mais, e é também a forma mais intensa de ser eu.

Os amigos do mestrado também incluem uma aproximação com outros que não são do mestrado; mas que se intensificaram nesse período. Eles foram meu suporte. Com eles, tenho que confessar, as loucuras intensificaram-se. Mesmo. Com eles um dia triste transformava-se em um dia inacreditável; meus surtos pareciam menos preocupantes; com eles tudo – absolutamente tudo – vira teoria. Estar com eles é saber que não preciso ser tudo. E que de vez em quando a gente pode até chegar perto de desistir, mas quando chega essa hora a gente tem que respirar fundo e continuar em frente.

O que passei, o que passo com cada um desses grupos faz com que cada um tenha uma visão diferente de mim. Como disse, não somos um só; a gente só é quando tá com outra pessoa e como as pessoas são diferentes acabamos sendo de forma diferente também. O que converso com um grupo, ou com algumas pessoas, nem sempre vai ser dito às outras. O que faço com um grupo seria estranho fazer com outro. Isso sem contar aqueles que não são tão próximos e que têm uma imagem um pouco diferente do que eu realmente sou. Eu sou significativamente diferente do que eu pareço ser. Tá, não tão significativamente assim, mas não me resumo ao que uma primeira (e uma segunda, terceira...) impressão causa.

E escrever em um blog é juntar tudo o que sou e acredito e penso e também o que sinto e mostrar. Mostrar tudo pra todo mundo, de certa forma me expor. Como vocês podem perceber por este post, no qual falei muito mais de mim do que de qualquer outra coisa. Daí minha dificuldade.

Então, entendam este primeiro como uma apresentação. Um indicativo do que eu vou escrever: minhas impressões, meus fatos, minha forma de ver o mundo. Os próximos provavelmente não serão tão contando sobre mim, embora sejam sempre particulares. No fundo, a gente só escreve sobre a gente mesmo. E provavelmente longos, porque tenho uma dificuldade em ser direta. E conforme o prometido pra FaBeer, toda segunda-feira um post novo; nem sempre algo meu, quando a inspiração for pouca vai uma poesia, uma música, um vídeo, texto de outra pessoa. E com a assinatura decidida no mesmo dia do da FaBeer, que acho engraçadíssima mas que pode mudar adiante:

Liv Tequila.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Do que adianta....

Do que adianta beleza sem simpatia
Do que adianta esperteza sem julgamento
Do que adiante poder sem sabedoria
Do que adianta recursos sem idéias
Do que adianta criatividade sem domínio
Do que adianta atenção sem retorno
Do que adianta vontade sem percepção
Do que adianta carinho se o mesmo é aleatório
Do que adianta ser tudo, mas nada ter (ou)
Do que adianta tudo ter, mas nada ser
Do que adianta uma inteligência caótica e desprezível.
Do que adianta ser o ideal, mas não ter o que sonhou
Do que adianta tempo sem pessoas para dividi-lo
Do que adianta paciência sem calma
Do que adianta tolerância sem verdade
Do que adianta muita coisa sem saber seu real sentido
Do que adianta tudo e mais um pouco, mas estar perdido
Do que adianta amor sem poder vivê-lo.

Do que adianta!?


FaBeer

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aaahhh a beleza do mundo capitalista!

As maravilhas que o dinheiro faz. Compras, compras e mais compras, pra que pensar sendo que eu posso comprar?! Bom, é óbvio que isto é para uma ínfima parcela da sociedade e eu, assim como muita gente, esta do outro lado deste fato, resolvi contar aqui algumas coisas que me aconteceram devido a uma palavrinha de 8 letras que mexe tanto com as pessoas: dinheiro

Os absurdos que o dinheiro faz!

As cobranças (e ‘oferecimento’ de outros serviços) via telefone são os que mais me chocam. Certa vez estava eu em casa e o telefone tocou, atenderam e me passaram dizendo que era de um ‘cartão’ (logo assustei, mas ok, atendi):
Eu: oi
Atendente: Boa noite, Fabiane, sou representante do cartão **** e no presente momento temos um serviço disponível para você (e ele começou a falar sem parar nem para respirar), o serviço é assim e você terá muitos benefícios, tais como .... e ai foi. Num instante que eu consegui achar uma brecha parar dizer algo (eles são piores que o Faustão, falam mais que a boca e numa empolgação), respondi a ele:
Eu: moço (já nem lembro mais o nome) eu não quero, obrigada (afinal educação é preciso)
Atendente: Mas o nosso serviço é ótimo e vai te ajudar muito (e ai veio mais um monte de coisas para me fazer aceitar)
Eu: eu não quero agora, obrigada (e a situação já me irritando)
Atendente: Mas além disto, terá crédito assim e ainda datas mais flexíveis para pagamento
Eu (já irriatada): seguinte: estou desempregada, não quero, obrigada.
Atendente: ah, então ta. (desligou)
Neste dia eu percebi que ‘desempregada’ é praticamente um ‘parangaricotirimirruaro’.

Ps.: fico pensando, se um dia eu for assaltada, será que o ‘sou desempregada’ vai funcionar deste jeito?!

Outra vez, eu na aula, o celular toca:
Eu: alô
Atendente: Oi, é Fabiane?
Eu: é ela mesma
Atendente: então Fabiane, vimos que ainda há uma fatura em aberto no seu cadastro e...
Eu: fatura em aberto?
Atendente: sim, fatura do mês tal...
Eu: como assim, eu cancelei o serviço
Atendente: nos nossos registros consta que o serviço ainda esta em aberto. Você devia ter cancelado o mesmo se assim o quisesse (ou algo assim)
Eu: então cancele o serviço pra mim agora, por favor
Atendente: eu não posso fazer isto, aqui é setor de cobrança
(cabeça fervendo já)
Eu: como assim? Então transfira a ligação
Atendente: não posso, você tem que ligar lá e fazê-lo, mas mesmo assim o serviço será cobrado pelos dias que ainda estão contando (e eu já querendo esganar alguém)
Eu: entao quer dizer que eu tenho que ligar, fazer um interurbano quando deveria ser 0800 pedir ‘novamente’ por algo que eu já pedi, pois entrei em contato via e-mail e recebi resposta que eu devia pedir ‘cancelamento automático’ e mesmo fazendo ainda tenho que confirmar?
Atendente: sim
Eu: e mesmo assim ainda vão me cobrar por isto?
Atendente: pelo fato de você não ter cancelado o serviço e de ainda tê-lo usado por este tempo
(Mente ferveu)
Eu: então muito obrigada e tenha um bom dia
E volta Fabiane pra aula! Tem coisas neste mundo que realmente não faz sentido, pelo menos pra mim não faz

Agora a campeã (e pra variar, mais oferecimento de serviços pelo telefone)

Atendente: Alô, Fabiane Ihagkbfkf (sempre errando o nome, adoro)
Eu: (corrigindo o nome), é ela mesma
Atendente: posso falar com você um instante?
Eu: sim
Atendente: aqui é do banco *** e estamos com um serviço feito pra você
Eu: sim
Atendente: o banco *** oferece pra você agora um serviço de crédito onde você terá (e falou. E eu ouvindo)
Eu: oi, por hora, eu não aceito o serviço, obrigada
Atendente: mas teria um motivo esperical?
Eu: olha, estou desempregada e assim ficaria difícil pagar (e eu usei e palavra mágica)
Atendente: não tem problema (e ela falhou)
Eu (sem entender nada): ?!
Atendente: (e ela continuou a falar as imensas ‘vantagens’ do cartão)
Eu: moça, eu não tenho dinheiro e por causa de outro cartão meu esta sujo (êee meu brasil).....
Atendente: mas você pode fazer um empréstimo
(empréstimo?! Ela tem problema?!)
Eu: empréstimo? Quer que eu me enforque mais ainda?! (ok, não falei isto, mas deu vontade, ainda estava pasma). Não tem como eu aceitar agora, estou sem o meu outro cartão e....
Fui interrompida
Atendente: mas é por isto mesmo que estamos oferecendo mais um cartão para você, para não ficar sem... (senti um tom de ironia)
Foi o fim! Como assim? Acho que ela queria ver o circo pegar fogo mesmo, agradeci e desliguei.

Eu juro que um dia entendo este mundo! (ou não).


FaBeer

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Amigo, querido amigo.

Ver alguém partir sempre nos consome mais do que imaginamos.

Internet, ferramenta mais que necessária hoje [tente-se imaginar sem ela, por uma semana que seja, não dá] e mesmo com a sua ajuda para encurtar qualquer distância fica difícil superar a realidade de não estar presente na vida de outras pessoas, de pessoas que passarem por situações imprevisíveis, desde aquelas mais simples àquelas de fazer qualquer um chorar. É fato, vivemos em comunidade, precisamos um dos outros.

Mas o que fazer quando a vida, escolhas que fazemos por carreira profissional, aprendizado, questão familiar, seja qual for, nos empurra a caminhos distintos?! Não dá pra dizer ‘não vá’. Precisamos apoiar escolhas alheias [afinal, cada um tem o direito de escolher o melhor pra si e quem sou eu para discordar?!].

Mas já reparou que muitas vezes acontecem fatos na vida que nem precisa de distância real para as pessoas, cujo elo parecia inquebrável, simplesmente não tem a coragem de olhar nos olhos do outro e conversar sobre o que for?! [Certeza que isto acontece mais do que imagino, e mais certeza ainda que ambos sentem falta um(a) do outro(a)]. Por que é tão fácil nos apegarmos a coisas que nos fizeram mal às muitas coisas que nos fizeram tanto bem? Acho que isto é parte do ser humano, em com o tempo vem as divergências de pensamentos. Mudamos!

Poesias, contos, canções são feitas para dizer a falta que certa pessoa faz. Muito lindo escrever em forma ritmada, aquele toque de sensibilidade e fazer-nos pensar o quanto erramos, mas aí a música acaba, tudo volta como era antes. Será que somos orgulhosos o suficiente para não dar o primeiro passo?! Sim, somos! [não quero generalizar, mas eu digo, já fiz isto].

Então paro pra pensar mais um pouco, ir mais além do que um reles mortal, e chego a simples conclusão: Não importa, a distancia esta nas nossas mentes!


FaBeer

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É hora de criar!

Sentada com lápis e papel na mão [arcaico? Gosto da sensação de sentir o lápis correr e em cada traço uma letra formar, cada palavra e assim uma frase, pensamentos expostos].

Sem idéia do que fazer, pensar, dizer. Menta vazia, incapaz de propor qualquer assunto. Falta criatividade, falta discernimento, falta habilidade, falta de escolha, e por aí vai.

Processo criativo acabou!

Uma vez disseram-me que não existe período de falta de criatividade, que não há isto de não ter o que escrever. Ócio. Aaaahhh o ócio! Como é bom folgar, estado de inércia, ver o tempo correr sem nada fazer ou se preocupar com coisa alguma. Aproveitar as coisas fúteis da vida, um filme idiota, uma novela pior ainda, programas sem bom senso algum. Errado, detesto isto. Como é horrível querer criar e nada ‘surgir’, esboçar um sentimento qualquer e parar por ali, querer seguir, terminar o que começou e.... “fim da linha”.

Mas será que o que existe é uma falsa preguiça de criação ou pior, de querer criar. Acho que seria a vontade de criar, de dispor as habilidades para algo, seja o que for, material, intelectual, cultural. Mas o que leva uma pessoa a não querer criar, não dispor seu tempo para algo ‘útil’ (e mesmo que não seja útil, pelo menos que não seja estúpido [e é claro que neste caso o ‘lazer’, é algo a parte]).

Parece que uma das ações que gera tal conseqüência de ocupar-se seja com o que for, ou nem sequer dar o trabalho de fazê-lo (e creio que não se deve confundir a criação/processo criativo com ‘labuta’, mesmo que faça o que gosta, pois apesar de fazer viver da profissão escolhida por conseguir prender-se a ela e dizer ‘gosto do que faço’, em todas as área sempre tem aquele ‘que saco, mais um dia de trabalho’) é o fato de durante a vida [e por favor, se acha que não é assim, que tenha vivido ou visto de modo diferente, comente :D] nunca nos fora aconselhados a fazê-lo. O que mais se vê é o clássico ‘vai lá ver televisão’, afinal, é tão fácil, ligar a TV e deixar o resto por si só [acho que eu tenho mesmo birra com a televisão] e não qualquer palavra de incentivo ou indução para algo ‘menos difícil’.

Todo dia somos apresentados a diversos modos de vida, seja como e qual for e isto interfere em nos mesmos e noutros sem sequer percebermos. E é óbvio que cabe a cada um separar lazer de outras atividades, separar o ‘querer’ do ‘dever’, ninguém pode dizer o que fazer quando o tempo é seu, quando é livre para escolher, mas cabe a cada um saber que certas escolhas refletem em si mesmo e naqueles ao redor mais do que pensamos, então invente, crie, permita-se, não pense com os olhos.



Ps.: Mas não faça como eu, que no meio do filme no cinema procurou caneta e papel pra escrever uma idéia! [Poxa eu ia esquecê-la se não anotasse].


FaBeer

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sem título [algo sobre mim]

É algo sobre mim, sobre minhas fraquezas. Coisas que incomodam... e sobre coisas que nunca vou entender. Então não comece esta leitura pensando que será um texto interessante “assim como os outros”.

Cansei da minha pseudo-inteligência. Cansei de ser quem eu acho que sou e que estou longe de ser e não ser quem realmente sou [e que aparentemente nunca serei].

Cansei dos olhares sobre o que acham que sou [e detesto ter que tentar explicar sempre. Não vejo a necessidade em tanta curiosidade sobre coisas sem importância, nada relevante] e odeio mais ainda o fato de explicar e não acreditar [nossa, isto me mata].

Cansei de trilhar mais de um caminho [‘santa’ indecisão] e chegar a lugar algum e perceber que nada adianta, pois em algum momento voltei e fiz as mesmas escolhas pensando que desta vez daria certo, afinal, o importante é não desistir, certo?! [já nem sei mais].

Cansei de tentar entender tudo e todos [o que não significa que não desisti das pessoas, algo me diz que devo continuar crente que há algo de bom nelas, o ruim é não conseguir distinguir e o mais importante, não julgar, afinal, somos 6 bilhões e cada um é diferente do outro].

Cansei de como as coisas são e cansei de tudo dizendo como elas devem ser [somos livres ou não?!] e de ver os defensores desta idéia serem os mais hipócritas e sem sequer seguir o mínimo do que diz [ok, redundante não, enfático sim].

Cansei de querer saber sobre muita coisa e nada entender, de achar que sei algo, mas sequer chego perto de uma ínfima parte da sua totalidade, diversos interesses de cultura e não seguir adiante [a culpa é minha ou seria de uma sociedade cujos olhos estão vendados? Esta é fácil de responder: a culpa é toda minha, apenas minha, e eu preciso aprender isto e confesso que não sei como ainda não havia percebido! Acho que são os meus olhos que estão há muito sem enxergar].

Estou perdida. As vezes é necessário não ver e fingir não ver para seguir adiante [infelizmente]. E assim descobrir que faço parte do problema e não da sua solução [e nem sei se consigo mais desviar o meu foco e pensar na sua solução, é difícil prosseguir, nadar, nadar e morrer na praia]. O pior [não encontrei palavra certa para definir isto] é que eu sei que o jogo pode ser revertido. Acho que preciso acreditar mais em mim, notar-me e esquecer o mundo lá fora, só assim mesmo para prosseguir.


FaBeer