segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Afinal, é blog dAzamigas ou não?

Já tava na hora de começar a escrever por aqui... já dei a desculpa de falta de tempo, passou pra falta de inspiração [que, devo dizer a verdade, se mantém] e até por algo do tipo ‘ah, a FaBeer tá escrevendo tão bem, eu não vou atrapalhar colocando uma coisa qualquer...’. Mas, é fato, a justificativa maior é que tenho uma dificuldade muito grande em escrever, assim, publicamente [ainda que saiba que o publicamente é um tanto quanto relativo...].

Escrever, para mim, é uma coisa extremamente pessoal. Porque escrevo o que sinto. E eu gosto muito de dizer e compartilhar o que penso, minhas opiniões, até meus gostos... mas dizer o que sinto é uma coisa que pra mim é tão difícil! E o principal motivo é porque tenho a impressão que não sou só uma. Não somos um só. E este post vai ser justamente pra explicar isso. E, para começar, é preciso uma [não tão] breve explicação.

Tenho alguns amigos da época do colégio, amigos daqueles que nem digo a quanto tempo porque só faz eu me sentir velha – como Azamigas. Quando entrei na faculdade, fiz outros amigos. As amizades que tinha antes não se encerraram, ao contrário, algumas delas até se fortaleceram. Mas mudaram, porque eu mudei. Depois, entrei no mestrado. E, junto com as outras coisas que aconteceram nesse período, mudei ainda mais. E fiz amigos e fortaleci algumas amizades de uma forma muito intensa. Novamente, mantiveram-se as amizades anteriores. Novamente, mudaram as relações.

Hoje eu acho incrível manter as amizades da época da escola. Porque tenho a impressão que eles sabem exatamente quem eu sou e mais, nunca me deixam esquecer isso. Vivemos coisas incríveis em uma época em que tudo era muito mais fácil; compartilhamos as dificuldades e os medos de crescer, de se tornar profissionais [das mais diferentes áreas], aprendemos meio juntos a sermos responsáveis sem que nos tornássemos chatos. Alguns deles estiveram comigo nos momentos mais felizes, e também no mais difícil. Estar com eles é uma forma de não me perder de mim mesma.
Também mantive algumas grandes amizades da faculdade. Elas me ajudaram a mudar. Elas acompanham de perto meus dramas, os reais e os que invento (que, é verdade, nem por isso deixam de ser reais). Às vezes tenho a impressão que sobrevivemos juntas às loucuras, a todas as loucuras da faculdade e o fizemos da forma mais divertida possível. Porque surtávamos coletivamente nos momentos mais difíceis. Porque instauramos a terça-insana. Porque temos milhares de estórias que são só nossas. Elas também estiveram comigo no meu melhor e no meu pior. Estar com elas é saber que eu posso ser mais, e é também a forma mais intensa de ser eu.

Os amigos do mestrado também incluem uma aproximação com outros que não são do mestrado; mas que se intensificaram nesse período. Eles foram meu suporte. Com eles, tenho que confessar, as loucuras intensificaram-se. Mesmo. Com eles um dia triste transformava-se em um dia inacreditável; meus surtos pareciam menos preocupantes; com eles tudo – absolutamente tudo – vira teoria. Estar com eles é saber que não preciso ser tudo. E que de vez em quando a gente pode até chegar perto de desistir, mas quando chega essa hora a gente tem que respirar fundo e continuar em frente.

O que passei, o que passo com cada um desses grupos faz com que cada um tenha uma visão diferente de mim. Como disse, não somos um só; a gente só é quando tá com outra pessoa e como as pessoas são diferentes acabamos sendo de forma diferente também. O que converso com um grupo, ou com algumas pessoas, nem sempre vai ser dito às outras. O que faço com um grupo seria estranho fazer com outro. Isso sem contar aqueles que não são tão próximos e que têm uma imagem um pouco diferente do que eu realmente sou. Eu sou significativamente diferente do que eu pareço ser. Tá, não tão significativamente assim, mas não me resumo ao que uma primeira (e uma segunda, terceira...) impressão causa.

E escrever em um blog é juntar tudo o que sou e acredito e penso e também o que sinto e mostrar. Mostrar tudo pra todo mundo, de certa forma me expor. Como vocês podem perceber por este post, no qual falei muito mais de mim do que de qualquer outra coisa. Daí minha dificuldade.

Então, entendam este primeiro como uma apresentação. Um indicativo do que eu vou escrever: minhas impressões, meus fatos, minha forma de ver o mundo. Os próximos provavelmente não serão tão contando sobre mim, embora sejam sempre particulares. No fundo, a gente só escreve sobre a gente mesmo. E provavelmente longos, porque tenho uma dificuldade em ser direta. E conforme o prometido pra FaBeer, toda segunda-feira um post novo; nem sempre algo meu, quando a inspiração for pouca vai uma poesia, uma música, um vídeo, texto de outra pessoa. E com a assinatura decidida no mesmo dia do da FaBeer, que acho engraçadíssima mas que pode mudar adiante:

Liv Tequila.

3 comentários:

  1. Liv!
    Adorei o seu primeiro post! Sim, somos todos diferentes num só (eu que o diga). A cada dia a amizade se fortalece e espero que assim o seja.
    Também sofro do mal de não falar muito de mim (e sei que devia fazê-lo mais, bem mais e digo que admiro quem consegue fazê-lo).
    Digo que gostei do modo como escreveu, mais uma vez conseguiu me surpreender.
    Mas o bom de tudo é que agora não escreverei só! uhul.
    liv, é muito bom ter você por auqi, melhor ainda é poder dividir este espaço com uma amiga.
    Fabi

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  2. Também gostei de dividir esse espaço! hauahuahauh
    Obrigada Fabi,e vamos a mais bobeiras, comentários, opiniões...enfim, vamos aprender a falar tudo!!!!!!!!!!!!!!! hauhauhauha
    Beijos,
    Livia

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  3. Caraaaaaca!!!
    Detalhe: os mais beneficiados com isso tudos somos nós, leitores de plantão!!
    É ISSO AÍ AMIGAS!!!
    MANDE VER!!

    BEIJOS!

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