segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre sorrisos e pijamas

Adoro pijamas. Acho que é onde realmente podemos ousar na hora de se vestir. Eu não sairia nunca na rua com um shortinho e uma blusinha que tenha um sapo desenhado; esse é meu pijama favorito. Que ganhei de presente e amo. Usar flores, ursinhos, deseinhos fofos é uma possibilidade que você tem nos pijamas ou quando se é uma pessoa tom pastel, o que particularmente evito ao máximo ser. Mas, se nem em pijamas você gosta dessas frescurinhas e coisas de menininha, você pode usar uma camisola, com rendas e cores que podem ir do meigo ao sexy mudando apenas alguns poucos detalhes.

E o que eu mais gosto deles é que é uma das coisas mais intimas que existem. Porque você não sai na rua de pijamas, ainda que eles sejam mais comportados do que as roupas que você costuma usar. Tá certo, você também não sai por aí mostrando suas roupas de baixo, mas elas foram feitas para ficar por baixo (ou pra mostrar um pouquinho e tirar logo...). E o pijama não, ele foi feito pra dormir e tem um gostinho de ficar em casa, de curtir suas coisas, de ser você mesmo naquele instante.

Tenho poucos pijamas. Uso pouco pijamas. Mas adoro passar o dia inteiro de pijama, desde que não tenha ninguém para me ver com eles. Acho que ver alguém de pijamas é o máximo de intimidade que se pode ter com uma pessoa, por isso eles me fazem sorrir.
Mas não são só os pijamas que me fazem sorrir. Isso é uma das coisas que mais faço – juro que até já tive câimbra no rosto por isso. Tenho sorrisos pra todos os momentos, pra todas as situações, para todas as pessoas. Tenho muitos sorrisos diferentes. Mas você se engana se pensa que os sorrisos sempre significam felicidade. Sorrir às vezes é o maior esconderijo; se os olhos são a janela da alma, o sorriso é a cortina que disfarça e faz as coisas parecerem diferentes do que realmente são. Quando estou triste, não gosto muito de falar sobre isso. Mas as pessoas perguntam, e às vezes é difícil ter que falar sobre isso. Mas aí eu respiro fundo, visto meu melhor sorriso e sigo em frente. A maioria das pessoas olha o sorriso, acha que as coisas estão bem e ficam felizes. Mas algumas pessoas olham nos olhos e percebem que o sorriso é um triste disfarce e perguntam se está tudo bem, o que está acontecendo, preocupam-se. E normalmente é quem menos esperamos que percebe isso. E o engraçado é que quando isso acontece acaba surgindo outro sorriso, dessa vez não um de disfarce.

Além do sorriso de disfarce tenho um sorriso que é só meus amigos olharem que eles sabem exatamente o que eu to pensando. É meu sorriso mais revelador. Não tenho um sorriso misterioso; não sou nada, nada misteriosa. Mas tenho um sorriso sem-graça, tímido, que normalmente aparece junto com o rosto vermelho.

Mas, mais do que os meus sorrisos, gosto de ver sorrisos. Gosto daqueles sorrisos de canto de boca, de quem faz-de-conta que está evitando sorrir. Ou daquele sorriso simples, sincero, que não tem nenhuma classificação ou segredo mas que é encantador por conta disso. Dos sorrisos que significam “eu estou aqui”, dos que dizem “podem contar comigo”. Alguns sorrisos dizem o que muitas palavras não podem dizer.

Às vezes acho que a vida seria muito mais fácil se houvesse mais sorrisos e pijamas...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O post, por um ótimo motivo, veio atrasado.
Mas na pressa, também fiquei sem inspiração. Então vai a música que não sai da minha cabeça:



"A gente pensa que escolhe
Se a gente não sabe, inventa...
A gente só não inventa a dor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor!"

Muito melhor, diga-se de passagem =D

Beijos,

Liv Tequila

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Seria um sinal?!

Esses dias eu estava conversando com uma amiga que disse que iria mudar algumas coisas que não estava gostando na vida dela, ia ter mais atitude e tal. Alguns dias depois ela me conta que iria sair e esta seria oportunidade perfeita; ela estava decidida, quando ligaram desmarcando. Assim, antes que ela pudesse tomar qualquer atitude, antes que ela sequer tentasse. E ela me pergunta:
- Será que é um sinal?
Não, flor. Não é um sinal. Sabe por quê? Porque quem interpreta os sinais somos nós, e nós damos a ele a interpretação que queremos.
Esses dias eu vi um filme que mostrava mais ou menos isso. Perdemos tanto tempo procurando sinais em detalhes infinitamente pequenos, fazemos interpretações malucas e com isso não enxergamos o óbvio, o que está na nossa frente. Interpretamos gestos simples como se fossem a explicação para todas as verdades. E assim, ele te puxar no MSN é sinal de que ele gosta de você, sua chefe não falar olhando pra você é um sinal que ela não te suporta e uma amiga não contar nos mínimos detalhes como foi o final de semana dela quer dizer que ela está brava com alguma coisa que você fez. Enquanto isso, não percebemos que ele só puxou porque estava entediado e deixou você falando sozinha; sua chefe te ama mas sempre faz duas coisas ao mesmo tempo, do tipo assina e dá ordens; sua amiga dormiu mal e acordou com um péssimo humor, mas ainda assim tentou te contar os últimos dias. Isso me lembra de uma frase de Clarisse Lispector que diz que “o óbvio é a verdade mais difícil de enxergar”. E é fato: nos preocupamos procurando sinais dos mais sutis, para não dizer esdrúxulos; e perdemos de ver o que está na nossa cara.
Sim, eu sei o quão divertido é procurar sinais, como tentar entender os detalhes que muitas vezes passam despercebidos, mas que é neles que encontramos as coisas mais bonitas, mais divertidas – e normalmente percebemos muito, muito depois. Mas é diferente, não é disso que eu to falando; não é quando tentamos entender o que está acontecendo, não é nos ater aos detalhes. O problema é quando inventamos interpretações que só tem lógica pra gente e, pior, aquelas que nem a gente mesmo acredita, mas que sai falando por aí, tentando se convencer e convencer aos outros. E aí, seguimos o que pensamos ser um sinal e quebramos a cara. E ainda por cima ficamos repetindo pra nós mesmos: mas e aquele sinal? Ele dizia que eu tinha que fazer isso!
Não, os sinais não dizem nada; nós dizemos. E fazemos. Mas por que achamos que são os sinais que devem guiar nossa vida? Por que não assumir as nossas vontades, os nossos medos, as nossas dificuldades? Penso que é porque é mais fácil, é como jogar adiante às nossas decisões; que se dão certo, ótimo! Caso contrário... ah, mas não fui eu que decidi. O sinal que veio errado; o máximo de culpa que eu tenho é por não ter interpretado um segundo sinal, que agora é fácil de ver.
Por isso, ao invés de procurar sinais, penso que precisamos procurar explicações. Às vezes é muito sutil a diferença entre esses dois; por isso é preciso ter cuidado. É preciso saber diferenciar o que é nosso do que está acontecendo; é preciso saber assumir a nossa forma de ver o mundo.
Quando minha amiga disse isso, sei que era brincadeira. Porque brincamos muito com esse tipo de coisa; eu sempre digo que tal ou qual coisa é um sinal, mas minha concepção de sinal é muito diferente: os sinais são a desculpa que precisamos pra fazer o que queremos, ou o que achamos que temos que fazer. Por isso, acho que se você quiser seguir um sinal tudo bem, faça-o! Mas sabendo que a decisão foi sua.

Liv Tequila.



P.s.: O filme que assisti se chama “Ele não está tão a fim de você”, e foi recomendado inicialmente por uma dazamigas; eu simplesmente amei o filme. Não sou de seguir conselhos de auto-ajuda, mas de uma forma deliciosa ele nos ensina como devemos parar de procurar desculpas e justificativas pros outros, e também como procuramos em cada vírgula sinais do que queremos – e isso não precisa ser só sobre nossas relações com os homens, pode muito bem ser estendida à toda a nossa vida.