quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Hoje um amigo escreveu o seguinte para mim:
“tema legal pra nossa blogosfera: Ser excluido , hoje, é realmente nadar contra a maré?”
Eu mais que depressa, já gostei da idéia e cá estou para.

Definições básicas:
- Excluir: 1. Pôr fora; pôr de parte; não contar; não incluir. = EXPULSAR, OMITIR. Logo, o termo ‘excluído’ possui o mesmo princípio.
- Contra: 1. Denota as seguintes relações: oposição; inimizade; contradição; !direção; proximidade; encosto. adv. 2. Em sentido ou de modo contrário (ex.: nós votámos contra). = CONTRARIAMENTE s. m. 3. Contrariedade, oposição; objecção!objeção; obstáculo; inconveniente. (Mais usado no plural.) o pró e o contra: o que há em favor e em contra.

Ser contra, diferente, até ser taxado de esquisito, faz parte da vida. Faz? Mas peraê, para ser ‘excluido’ é necessário que alguém o faça, e neste caso, a maioria, certo?! Quando alguém é ‘convidado’ a não fazer parte do todo, seja por um ato, seja pelo seu jeito e modo de pensar (o que mais acontece), este ser inferiorizado na sua pequena insignificância, constrói seu mundo e ali vive, mais que ser excluído do todo, o mesmo se exclui do todo. E a partir daí busca viver ele mesmo seus princípios e ideais, busca ser o pontinho preto numa maré branca de pontinhos. Também há o outro lado do fato, que é a simples idéia de ‘eu sou o que sou e assim serei, custe o que custar’ e daí por diante, segue suas filosofias, escuta suas musicas, busca seus líderes, curte a sua vida.

Agora questiono: num mundo onde a taxa de crescimento populacional aumenta mais e mais, será que as pessoas ainda buscam ser o ‘excluído’, o ‘diferente’ apenas para chamar atenção ou buscar idéias ou difundir idéias, mostrar-se que pode apenas por mostrar-se e assim viver? [E entre outros muitos motivos].

Sem nexo ainda? O foco: ainda buscamos ir contra todos e tudo apenas por nos mesmo ou é a hora de ser assim pois todos somos realmente assim?

A geração muda, os idéais mudam. Mas não mudam simplesmente por mudar, aprende-se com os erros do passado [pelo menos é o esperado], inventam novas coisas, novos conceitos, novos tudo, está ali, “adquira já o seu”.

Anos 60, 70, 80, 90 .... antes destes e agora também, cada fato que surgia mudava pensamentos, gerava contradições de muitos, e nem sempre eram somente os ‘prós’ e ‘contras’, agora há os ‘poréns’: “Aceito isto, mas só se...”, “Não concordo, mas...” . Para tudo dito, escrito, acontecido, há uma opinião e quanto mais gente, mais opinião. E é claro, sem dizer os neutros [e os ‘Benjamins’, e acho que me enquadro neste]

Mas algo me intriga, sempre penso nisto: hoje estamos em determinado ponto da linha da vida, de toda a existência da humanidade, onde conseguimos enxergar o passado [veja bem, disse ‘enxergar’, mas não necessariamente ter o discernimento ‘real’ do que já passou] e imaginamos o futuro, mas é possível conjecturar todos os fatos possíveis que estão por vir?! Minha resposta: Não, a natureza humana é bela, sempre, mas nem sempre usado para o que é belo. Difícil supor o que esta por vir e por mais que direcionar seja um caminho menos complicado [pelo menos é o que parece], sempre haverá os diferentes, os excluídos, os estranhos de todo grupo social, e até mesmo num grupo de aleatórios.
Mas é fato, sempre achamos que estamos no topo até surgir mais um degrau que nos remete a uma porta e mais um mundo aparece, nem que ele seja reinventado.

Segue um vídeo que achei muito interessante quando o vi, se puder, veja-o :D
“Todos queremos ser jovens”




Ps.: o amigo em questão é o Lincoln, @lhsa_chewie. [e eu quase me esqueci de citá-lo, muy amiga eu. Hehe]
Ps.2: Não acho que ser excluído ou excluir-se é nadar contra a maré. Isto só o é se for algo que foge a capacidade de muita gente, àquilo que esta associado à natureza humana de ser sempre mais humano [mas isto é papo para outro post].



FaBeer

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Deixe-se levar

Hoje estava eu pensando em algo para escrever [e para variar, pensei em tanta coisa mas, como sempre, esqueci todas. Acho que preciso de um bloquinho de anotações].
Ai pensei no ultimamente, na vida, agora.
Deixe-se levar, adotei esta filosofia [e é claro que demora um pouquinho para acostumar, mas ‘devagar e sempre’].
Não mais me controlar [não em tudo, é claro]. Simplesmente aproveitar, tentar esquecer algumas coisas que irritam e perceber que tais coisas não permitem chegar ao máximo, elas limitam os horizontes.
Não se limite, permita-se viver, ser. Não pense, não julgue, faça. Seja, esteja, mas sempre por você, não fuja.
Afinal, estamos todos vivos, viva.


FaBeer

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ela voltou?

O tempo passou [uau, alguns poucos meses] e minha vontade de escrever, expressar, dizer foi junto, mas não a vontade de pensar, isto jamais.
Deixei o tempo correr e acalmei-me [acho eu], contudo minha mente [que muitas vezes me domina] não só continuou pensando e imaginando, conjecturando e viveu à sua maneira.
“Desaparecer” é bom, é claro que de todo, fazendo o de sempre, afinal, não se pode deixar a essência. E como antes, continuo a não entender este mundo cão onde muitos pensam de certa forma e agem de outra [mas isto é papo para outro post, e com certeza o farei].
Refletir, não foi exatamente isto que me fez “sumir”, mas havia desistido de certo modo, o que até ajudou. E neste meio tempo, deu-me vontade de escrever livremente, sem guiar ‘como numa folha qualquer desenhar um sol amarelo....’
E deu nisto:


Escrever é bom e mais uma vez esbarro no quesito ‘sobre o que escrever?’
Simples: escrever sobre nada.
Nada?
Sim, o nada.
Não o vazio, a ausência das coisas, abstrato. E nem posso falar do abstrato como o nada, seria mais que um ato falho, afinal representações artísticas são mais que representação de um abstrato transposto [redundante? enfático].
Comecei a pensar sobre o que escrever e o rumo do que escrevo
E por que não deixar o lápis correr e ver no que dá?
É ótimo sair sem rumo, sem planejamento, não esperar absolutamente nada, até mesmo por que não acontece a decepção de algo não dar certo.
Digo que é difícil para mim, sempre adorei o planejamento até mesmo quando algo dá errado, sempre há uma opção B.
E agora aqui pensando... ok, sem pensar no quê.
Música tocando, muitas coisas surgindo. Quero viver e não ver tudo passar, acho que seria mais sobre isto [e a os pensamentos acabaram por aqui]
Dia atípico todos temos [acho mesmo que há a necessidade de dizer o que se passa comigo, acho que me torna muito limitada]. A cada dia descubro o quanto as pessoas que estão ao meu lado, por pouco tempo que cada um disponha para escutar e dizer [e não devia ser assim], são as que realmente se importam comigo, seja a distância, ou a rapidez da conversa.
Por que não ser pelos outros o que somos para nós mesmo!?! Procuramos o melhor... ótimo. O problema é que na maioria das vezes é somente para si mesmo. E ao fazer gentileza em ceder ou dividir, muitas vezes é visto como qualquer outra intenção, mas raramente como educação. O mais irônico disto tudo, é que as pessoas pensam assim, a maioria delas já pensou no que escrevi, mas por que nunca mudam de atitude quanto a isto? Poemas, canções, propagandas. O que custa dar uma oportunidade a esta idéia?! Nada custa, mas o orgulho vai além da própria visão e cega.
Algumas questões realmente me prendem e é difícil deixá-las. E já reparei que me prejudica. Preciso deixar ir embora, simplesmente viver, sem mais.



Texto sem nexo, eu sei, mas é como estou. Parada no meio do mundo observando o redor.
Ou seja, voltei!
Com mais vontade de escrever, mais perguntas, mais eu.


FaBeer

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Frágil




Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.
[Caio Fernando Abreu]

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre sorrisos e pijamas

Adoro pijamas. Acho que é onde realmente podemos ousar na hora de se vestir. Eu não sairia nunca na rua com um shortinho e uma blusinha que tenha um sapo desenhado; esse é meu pijama favorito. Que ganhei de presente e amo. Usar flores, ursinhos, deseinhos fofos é uma possibilidade que você tem nos pijamas ou quando se é uma pessoa tom pastel, o que particularmente evito ao máximo ser. Mas, se nem em pijamas você gosta dessas frescurinhas e coisas de menininha, você pode usar uma camisola, com rendas e cores que podem ir do meigo ao sexy mudando apenas alguns poucos detalhes.

E o que eu mais gosto deles é que é uma das coisas mais intimas que existem. Porque você não sai na rua de pijamas, ainda que eles sejam mais comportados do que as roupas que você costuma usar. Tá certo, você também não sai por aí mostrando suas roupas de baixo, mas elas foram feitas para ficar por baixo (ou pra mostrar um pouquinho e tirar logo...). E o pijama não, ele foi feito pra dormir e tem um gostinho de ficar em casa, de curtir suas coisas, de ser você mesmo naquele instante.

Tenho poucos pijamas. Uso pouco pijamas. Mas adoro passar o dia inteiro de pijama, desde que não tenha ninguém para me ver com eles. Acho que ver alguém de pijamas é o máximo de intimidade que se pode ter com uma pessoa, por isso eles me fazem sorrir.
Mas não são só os pijamas que me fazem sorrir. Isso é uma das coisas que mais faço – juro que até já tive câimbra no rosto por isso. Tenho sorrisos pra todos os momentos, pra todas as situações, para todas as pessoas. Tenho muitos sorrisos diferentes. Mas você se engana se pensa que os sorrisos sempre significam felicidade. Sorrir às vezes é o maior esconderijo; se os olhos são a janela da alma, o sorriso é a cortina que disfarça e faz as coisas parecerem diferentes do que realmente são. Quando estou triste, não gosto muito de falar sobre isso. Mas as pessoas perguntam, e às vezes é difícil ter que falar sobre isso. Mas aí eu respiro fundo, visto meu melhor sorriso e sigo em frente. A maioria das pessoas olha o sorriso, acha que as coisas estão bem e ficam felizes. Mas algumas pessoas olham nos olhos e percebem que o sorriso é um triste disfarce e perguntam se está tudo bem, o que está acontecendo, preocupam-se. E normalmente é quem menos esperamos que percebe isso. E o engraçado é que quando isso acontece acaba surgindo outro sorriso, dessa vez não um de disfarce.

Além do sorriso de disfarce tenho um sorriso que é só meus amigos olharem que eles sabem exatamente o que eu to pensando. É meu sorriso mais revelador. Não tenho um sorriso misterioso; não sou nada, nada misteriosa. Mas tenho um sorriso sem-graça, tímido, que normalmente aparece junto com o rosto vermelho.

Mas, mais do que os meus sorrisos, gosto de ver sorrisos. Gosto daqueles sorrisos de canto de boca, de quem faz-de-conta que está evitando sorrir. Ou daquele sorriso simples, sincero, que não tem nenhuma classificação ou segredo mas que é encantador por conta disso. Dos sorrisos que significam “eu estou aqui”, dos que dizem “podem contar comigo”. Alguns sorrisos dizem o que muitas palavras não podem dizer.

Às vezes acho que a vida seria muito mais fácil se houvesse mais sorrisos e pijamas...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O post, por um ótimo motivo, veio atrasado.
Mas na pressa, também fiquei sem inspiração. Então vai a música que não sai da minha cabeça:



"A gente pensa que escolhe
Se a gente não sabe, inventa...
A gente só não inventa a dor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor!"

Muito melhor, diga-se de passagem =D

Beijos,

Liv Tequila

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Seria um sinal?!

Esses dias eu estava conversando com uma amiga que disse que iria mudar algumas coisas que não estava gostando na vida dela, ia ter mais atitude e tal. Alguns dias depois ela me conta que iria sair e esta seria oportunidade perfeita; ela estava decidida, quando ligaram desmarcando. Assim, antes que ela pudesse tomar qualquer atitude, antes que ela sequer tentasse. E ela me pergunta:
- Será que é um sinal?
Não, flor. Não é um sinal. Sabe por quê? Porque quem interpreta os sinais somos nós, e nós damos a ele a interpretação que queremos.
Esses dias eu vi um filme que mostrava mais ou menos isso. Perdemos tanto tempo procurando sinais em detalhes infinitamente pequenos, fazemos interpretações malucas e com isso não enxergamos o óbvio, o que está na nossa frente. Interpretamos gestos simples como se fossem a explicação para todas as verdades. E assim, ele te puxar no MSN é sinal de que ele gosta de você, sua chefe não falar olhando pra você é um sinal que ela não te suporta e uma amiga não contar nos mínimos detalhes como foi o final de semana dela quer dizer que ela está brava com alguma coisa que você fez. Enquanto isso, não percebemos que ele só puxou porque estava entediado e deixou você falando sozinha; sua chefe te ama mas sempre faz duas coisas ao mesmo tempo, do tipo assina e dá ordens; sua amiga dormiu mal e acordou com um péssimo humor, mas ainda assim tentou te contar os últimos dias. Isso me lembra de uma frase de Clarisse Lispector que diz que “o óbvio é a verdade mais difícil de enxergar”. E é fato: nos preocupamos procurando sinais dos mais sutis, para não dizer esdrúxulos; e perdemos de ver o que está na nossa cara.
Sim, eu sei o quão divertido é procurar sinais, como tentar entender os detalhes que muitas vezes passam despercebidos, mas que é neles que encontramos as coisas mais bonitas, mais divertidas – e normalmente percebemos muito, muito depois. Mas é diferente, não é disso que eu to falando; não é quando tentamos entender o que está acontecendo, não é nos ater aos detalhes. O problema é quando inventamos interpretações que só tem lógica pra gente e, pior, aquelas que nem a gente mesmo acredita, mas que sai falando por aí, tentando se convencer e convencer aos outros. E aí, seguimos o que pensamos ser um sinal e quebramos a cara. E ainda por cima ficamos repetindo pra nós mesmos: mas e aquele sinal? Ele dizia que eu tinha que fazer isso!
Não, os sinais não dizem nada; nós dizemos. E fazemos. Mas por que achamos que são os sinais que devem guiar nossa vida? Por que não assumir as nossas vontades, os nossos medos, as nossas dificuldades? Penso que é porque é mais fácil, é como jogar adiante às nossas decisões; que se dão certo, ótimo! Caso contrário... ah, mas não fui eu que decidi. O sinal que veio errado; o máximo de culpa que eu tenho é por não ter interpretado um segundo sinal, que agora é fácil de ver.
Por isso, ao invés de procurar sinais, penso que precisamos procurar explicações. Às vezes é muito sutil a diferença entre esses dois; por isso é preciso ter cuidado. É preciso saber diferenciar o que é nosso do que está acontecendo; é preciso saber assumir a nossa forma de ver o mundo.
Quando minha amiga disse isso, sei que era brincadeira. Porque brincamos muito com esse tipo de coisa; eu sempre digo que tal ou qual coisa é um sinal, mas minha concepção de sinal é muito diferente: os sinais são a desculpa que precisamos pra fazer o que queremos, ou o que achamos que temos que fazer. Por isso, acho que se você quiser seguir um sinal tudo bem, faça-o! Mas sabendo que a decisão foi sua.

Liv Tequila.



P.s.: O filme que assisti se chama “Ele não está tão a fim de você”, e foi recomendado inicialmente por uma dazamigas; eu simplesmente amei o filme. Não sou de seguir conselhos de auto-ajuda, mas de uma forma deliciosa ele nos ensina como devemos parar de procurar desculpas e justificativas pros outros, e também como procuramos em cada vírgula sinais do que queremos – e isso não precisa ser só sobre nossas relações com os homens, pode muito bem ser estendida à toda a nossa vida.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Afinal, é blog dAzamigas ou não?

Já tava na hora de começar a escrever por aqui... já dei a desculpa de falta de tempo, passou pra falta de inspiração [que, devo dizer a verdade, se mantém] e até por algo do tipo ‘ah, a FaBeer tá escrevendo tão bem, eu não vou atrapalhar colocando uma coisa qualquer...’. Mas, é fato, a justificativa maior é que tenho uma dificuldade muito grande em escrever, assim, publicamente [ainda que saiba que o publicamente é um tanto quanto relativo...].

Escrever, para mim, é uma coisa extremamente pessoal. Porque escrevo o que sinto. E eu gosto muito de dizer e compartilhar o que penso, minhas opiniões, até meus gostos... mas dizer o que sinto é uma coisa que pra mim é tão difícil! E o principal motivo é porque tenho a impressão que não sou só uma. Não somos um só. E este post vai ser justamente pra explicar isso. E, para começar, é preciso uma [não tão] breve explicação.

Tenho alguns amigos da época do colégio, amigos daqueles que nem digo a quanto tempo porque só faz eu me sentir velha – como Azamigas. Quando entrei na faculdade, fiz outros amigos. As amizades que tinha antes não se encerraram, ao contrário, algumas delas até se fortaleceram. Mas mudaram, porque eu mudei. Depois, entrei no mestrado. E, junto com as outras coisas que aconteceram nesse período, mudei ainda mais. E fiz amigos e fortaleci algumas amizades de uma forma muito intensa. Novamente, mantiveram-se as amizades anteriores. Novamente, mudaram as relações.

Hoje eu acho incrível manter as amizades da época da escola. Porque tenho a impressão que eles sabem exatamente quem eu sou e mais, nunca me deixam esquecer isso. Vivemos coisas incríveis em uma época em que tudo era muito mais fácil; compartilhamos as dificuldades e os medos de crescer, de se tornar profissionais [das mais diferentes áreas], aprendemos meio juntos a sermos responsáveis sem que nos tornássemos chatos. Alguns deles estiveram comigo nos momentos mais felizes, e também no mais difícil. Estar com eles é uma forma de não me perder de mim mesma.
Também mantive algumas grandes amizades da faculdade. Elas me ajudaram a mudar. Elas acompanham de perto meus dramas, os reais e os que invento (que, é verdade, nem por isso deixam de ser reais). Às vezes tenho a impressão que sobrevivemos juntas às loucuras, a todas as loucuras da faculdade e o fizemos da forma mais divertida possível. Porque surtávamos coletivamente nos momentos mais difíceis. Porque instauramos a terça-insana. Porque temos milhares de estórias que são só nossas. Elas também estiveram comigo no meu melhor e no meu pior. Estar com elas é saber que eu posso ser mais, e é também a forma mais intensa de ser eu.

Os amigos do mestrado também incluem uma aproximação com outros que não são do mestrado; mas que se intensificaram nesse período. Eles foram meu suporte. Com eles, tenho que confessar, as loucuras intensificaram-se. Mesmo. Com eles um dia triste transformava-se em um dia inacreditável; meus surtos pareciam menos preocupantes; com eles tudo – absolutamente tudo – vira teoria. Estar com eles é saber que não preciso ser tudo. E que de vez em quando a gente pode até chegar perto de desistir, mas quando chega essa hora a gente tem que respirar fundo e continuar em frente.

O que passei, o que passo com cada um desses grupos faz com que cada um tenha uma visão diferente de mim. Como disse, não somos um só; a gente só é quando tá com outra pessoa e como as pessoas são diferentes acabamos sendo de forma diferente também. O que converso com um grupo, ou com algumas pessoas, nem sempre vai ser dito às outras. O que faço com um grupo seria estranho fazer com outro. Isso sem contar aqueles que não são tão próximos e que têm uma imagem um pouco diferente do que eu realmente sou. Eu sou significativamente diferente do que eu pareço ser. Tá, não tão significativamente assim, mas não me resumo ao que uma primeira (e uma segunda, terceira...) impressão causa.

E escrever em um blog é juntar tudo o que sou e acredito e penso e também o que sinto e mostrar. Mostrar tudo pra todo mundo, de certa forma me expor. Como vocês podem perceber por este post, no qual falei muito mais de mim do que de qualquer outra coisa. Daí minha dificuldade.

Então, entendam este primeiro como uma apresentação. Um indicativo do que eu vou escrever: minhas impressões, meus fatos, minha forma de ver o mundo. Os próximos provavelmente não serão tão contando sobre mim, embora sejam sempre particulares. No fundo, a gente só escreve sobre a gente mesmo. E provavelmente longos, porque tenho uma dificuldade em ser direta. E conforme o prometido pra FaBeer, toda segunda-feira um post novo; nem sempre algo meu, quando a inspiração for pouca vai uma poesia, uma música, um vídeo, texto de outra pessoa. E com a assinatura decidida no mesmo dia do da FaBeer, que acho engraçadíssima mas que pode mudar adiante:

Liv Tequila.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Do que adianta....

Do que adianta beleza sem simpatia
Do que adianta esperteza sem julgamento
Do que adiante poder sem sabedoria
Do que adianta recursos sem idéias
Do que adianta criatividade sem domínio
Do que adianta atenção sem retorno
Do que adianta vontade sem percepção
Do que adianta carinho se o mesmo é aleatório
Do que adianta ser tudo, mas nada ter (ou)
Do que adianta tudo ter, mas nada ser
Do que adianta uma inteligência caótica e desprezível.
Do que adianta ser o ideal, mas não ter o que sonhou
Do que adianta tempo sem pessoas para dividi-lo
Do que adianta paciência sem calma
Do que adianta tolerância sem verdade
Do que adianta muita coisa sem saber seu real sentido
Do que adianta tudo e mais um pouco, mas estar perdido
Do que adianta amor sem poder vivê-lo.

Do que adianta!?


FaBeer

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aaahhh a beleza do mundo capitalista!

As maravilhas que o dinheiro faz. Compras, compras e mais compras, pra que pensar sendo que eu posso comprar?! Bom, é óbvio que isto é para uma ínfima parcela da sociedade e eu, assim como muita gente, esta do outro lado deste fato, resolvi contar aqui algumas coisas que me aconteceram devido a uma palavrinha de 8 letras que mexe tanto com as pessoas: dinheiro

Os absurdos que o dinheiro faz!

As cobranças (e ‘oferecimento’ de outros serviços) via telefone são os que mais me chocam. Certa vez estava eu em casa e o telefone tocou, atenderam e me passaram dizendo que era de um ‘cartão’ (logo assustei, mas ok, atendi):
Eu: oi
Atendente: Boa noite, Fabiane, sou representante do cartão **** e no presente momento temos um serviço disponível para você (e ele começou a falar sem parar nem para respirar), o serviço é assim e você terá muitos benefícios, tais como .... e ai foi. Num instante que eu consegui achar uma brecha parar dizer algo (eles são piores que o Faustão, falam mais que a boca e numa empolgação), respondi a ele:
Eu: moço (já nem lembro mais o nome) eu não quero, obrigada (afinal educação é preciso)
Atendente: Mas o nosso serviço é ótimo e vai te ajudar muito (e ai veio mais um monte de coisas para me fazer aceitar)
Eu: eu não quero agora, obrigada (e a situação já me irritando)
Atendente: Mas além disto, terá crédito assim e ainda datas mais flexíveis para pagamento
Eu (já irriatada): seguinte: estou desempregada, não quero, obrigada.
Atendente: ah, então ta. (desligou)
Neste dia eu percebi que ‘desempregada’ é praticamente um ‘parangaricotirimirruaro’.

Ps.: fico pensando, se um dia eu for assaltada, será que o ‘sou desempregada’ vai funcionar deste jeito?!

Outra vez, eu na aula, o celular toca:
Eu: alô
Atendente: Oi, é Fabiane?
Eu: é ela mesma
Atendente: então Fabiane, vimos que ainda há uma fatura em aberto no seu cadastro e...
Eu: fatura em aberto?
Atendente: sim, fatura do mês tal...
Eu: como assim, eu cancelei o serviço
Atendente: nos nossos registros consta que o serviço ainda esta em aberto. Você devia ter cancelado o mesmo se assim o quisesse (ou algo assim)
Eu: então cancele o serviço pra mim agora, por favor
Atendente: eu não posso fazer isto, aqui é setor de cobrança
(cabeça fervendo já)
Eu: como assim? Então transfira a ligação
Atendente: não posso, você tem que ligar lá e fazê-lo, mas mesmo assim o serviço será cobrado pelos dias que ainda estão contando (e eu já querendo esganar alguém)
Eu: entao quer dizer que eu tenho que ligar, fazer um interurbano quando deveria ser 0800 pedir ‘novamente’ por algo que eu já pedi, pois entrei em contato via e-mail e recebi resposta que eu devia pedir ‘cancelamento automático’ e mesmo fazendo ainda tenho que confirmar?
Atendente: sim
Eu: e mesmo assim ainda vão me cobrar por isto?
Atendente: pelo fato de você não ter cancelado o serviço e de ainda tê-lo usado por este tempo
(Mente ferveu)
Eu: então muito obrigada e tenha um bom dia
E volta Fabiane pra aula! Tem coisas neste mundo que realmente não faz sentido, pelo menos pra mim não faz

Agora a campeã (e pra variar, mais oferecimento de serviços pelo telefone)

Atendente: Alô, Fabiane Ihagkbfkf (sempre errando o nome, adoro)
Eu: (corrigindo o nome), é ela mesma
Atendente: posso falar com você um instante?
Eu: sim
Atendente: aqui é do banco *** e estamos com um serviço feito pra você
Eu: sim
Atendente: o banco *** oferece pra você agora um serviço de crédito onde você terá (e falou. E eu ouvindo)
Eu: oi, por hora, eu não aceito o serviço, obrigada
Atendente: mas teria um motivo esperical?
Eu: olha, estou desempregada e assim ficaria difícil pagar (e eu usei e palavra mágica)
Atendente: não tem problema (e ela falhou)
Eu (sem entender nada): ?!
Atendente: (e ela continuou a falar as imensas ‘vantagens’ do cartão)
Eu: moça, eu não tenho dinheiro e por causa de outro cartão meu esta sujo (êee meu brasil).....
Atendente: mas você pode fazer um empréstimo
(empréstimo?! Ela tem problema?!)
Eu: empréstimo? Quer que eu me enforque mais ainda?! (ok, não falei isto, mas deu vontade, ainda estava pasma). Não tem como eu aceitar agora, estou sem o meu outro cartão e....
Fui interrompida
Atendente: mas é por isto mesmo que estamos oferecendo mais um cartão para você, para não ficar sem... (senti um tom de ironia)
Foi o fim! Como assim? Acho que ela queria ver o circo pegar fogo mesmo, agradeci e desliguei.

Eu juro que um dia entendo este mundo! (ou não).


FaBeer

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Amigo, querido amigo.

Ver alguém partir sempre nos consome mais do que imaginamos.

Internet, ferramenta mais que necessária hoje [tente-se imaginar sem ela, por uma semana que seja, não dá] e mesmo com a sua ajuda para encurtar qualquer distância fica difícil superar a realidade de não estar presente na vida de outras pessoas, de pessoas que passarem por situações imprevisíveis, desde aquelas mais simples àquelas de fazer qualquer um chorar. É fato, vivemos em comunidade, precisamos um dos outros.

Mas o que fazer quando a vida, escolhas que fazemos por carreira profissional, aprendizado, questão familiar, seja qual for, nos empurra a caminhos distintos?! Não dá pra dizer ‘não vá’. Precisamos apoiar escolhas alheias [afinal, cada um tem o direito de escolher o melhor pra si e quem sou eu para discordar?!].

Mas já reparou que muitas vezes acontecem fatos na vida que nem precisa de distância real para as pessoas, cujo elo parecia inquebrável, simplesmente não tem a coragem de olhar nos olhos do outro e conversar sobre o que for?! [Certeza que isto acontece mais do que imagino, e mais certeza ainda que ambos sentem falta um(a) do outro(a)]. Por que é tão fácil nos apegarmos a coisas que nos fizeram mal às muitas coisas que nos fizeram tanto bem? Acho que isto é parte do ser humano, em com o tempo vem as divergências de pensamentos. Mudamos!

Poesias, contos, canções são feitas para dizer a falta que certa pessoa faz. Muito lindo escrever em forma ritmada, aquele toque de sensibilidade e fazer-nos pensar o quanto erramos, mas aí a música acaba, tudo volta como era antes. Será que somos orgulhosos o suficiente para não dar o primeiro passo?! Sim, somos! [não quero generalizar, mas eu digo, já fiz isto].

Então paro pra pensar mais um pouco, ir mais além do que um reles mortal, e chego a simples conclusão: Não importa, a distancia esta nas nossas mentes!


FaBeer

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É hora de criar!

Sentada com lápis e papel na mão [arcaico? Gosto da sensação de sentir o lápis correr e em cada traço uma letra formar, cada palavra e assim uma frase, pensamentos expostos].

Sem idéia do que fazer, pensar, dizer. Menta vazia, incapaz de propor qualquer assunto. Falta criatividade, falta discernimento, falta habilidade, falta de escolha, e por aí vai.

Processo criativo acabou!

Uma vez disseram-me que não existe período de falta de criatividade, que não há isto de não ter o que escrever. Ócio. Aaaahhh o ócio! Como é bom folgar, estado de inércia, ver o tempo correr sem nada fazer ou se preocupar com coisa alguma. Aproveitar as coisas fúteis da vida, um filme idiota, uma novela pior ainda, programas sem bom senso algum. Errado, detesto isto. Como é horrível querer criar e nada ‘surgir’, esboçar um sentimento qualquer e parar por ali, querer seguir, terminar o que começou e.... “fim da linha”.

Mas será que o que existe é uma falsa preguiça de criação ou pior, de querer criar. Acho que seria a vontade de criar, de dispor as habilidades para algo, seja o que for, material, intelectual, cultural. Mas o que leva uma pessoa a não querer criar, não dispor seu tempo para algo ‘útil’ (e mesmo que não seja útil, pelo menos que não seja estúpido [e é claro que neste caso o ‘lazer’, é algo a parte]).

Parece que uma das ações que gera tal conseqüência de ocupar-se seja com o que for, ou nem sequer dar o trabalho de fazê-lo (e creio que não se deve confundir a criação/processo criativo com ‘labuta’, mesmo que faça o que gosta, pois apesar de fazer viver da profissão escolhida por conseguir prender-se a ela e dizer ‘gosto do que faço’, em todas as área sempre tem aquele ‘que saco, mais um dia de trabalho’) é o fato de durante a vida [e por favor, se acha que não é assim, que tenha vivido ou visto de modo diferente, comente :D] nunca nos fora aconselhados a fazê-lo. O que mais se vê é o clássico ‘vai lá ver televisão’, afinal, é tão fácil, ligar a TV e deixar o resto por si só [acho que eu tenho mesmo birra com a televisão] e não qualquer palavra de incentivo ou indução para algo ‘menos difícil’.

Todo dia somos apresentados a diversos modos de vida, seja como e qual for e isto interfere em nos mesmos e noutros sem sequer percebermos. E é óbvio que cabe a cada um separar lazer de outras atividades, separar o ‘querer’ do ‘dever’, ninguém pode dizer o que fazer quando o tempo é seu, quando é livre para escolher, mas cabe a cada um saber que certas escolhas refletem em si mesmo e naqueles ao redor mais do que pensamos, então invente, crie, permita-se, não pense com os olhos.



Ps.: Mas não faça como eu, que no meio do filme no cinema procurou caneta e papel pra escrever uma idéia! [Poxa eu ia esquecê-la se não anotasse].


FaBeer

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sem título [algo sobre mim]

É algo sobre mim, sobre minhas fraquezas. Coisas que incomodam... e sobre coisas que nunca vou entender. Então não comece esta leitura pensando que será um texto interessante “assim como os outros”.

Cansei da minha pseudo-inteligência. Cansei de ser quem eu acho que sou e que estou longe de ser e não ser quem realmente sou [e que aparentemente nunca serei].

Cansei dos olhares sobre o que acham que sou [e detesto ter que tentar explicar sempre. Não vejo a necessidade em tanta curiosidade sobre coisas sem importância, nada relevante] e odeio mais ainda o fato de explicar e não acreditar [nossa, isto me mata].

Cansei de trilhar mais de um caminho [‘santa’ indecisão] e chegar a lugar algum e perceber que nada adianta, pois em algum momento voltei e fiz as mesmas escolhas pensando que desta vez daria certo, afinal, o importante é não desistir, certo?! [já nem sei mais].

Cansei de tentar entender tudo e todos [o que não significa que não desisti das pessoas, algo me diz que devo continuar crente que há algo de bom nelas, o ruim é não conseguir distinguir e o mais importante, não julgar, afinal, somos 6 bilhões e cada um é diferente do outro].

Cansei de como as coisas são e cansei de tudo dizendo como elas devem ser [somos livres ou não?!] e de ver os defensores desta idéia serem os mais hipócritas e sem sequer seguir o mínimo do que diz [ok, redundante não, enfático sim].

Cansei de querer saber sobre muita coisa e nada entender, de achar que sei algo, mas sequer chego perto de uma ínfima parte da sua totalidade, diversos interesses de cultura e não seguir adiante [a culpa é minha ou seria de uma sociedade cujos olhos estão vendados? Esta é fácil de responder: a culpa é toda minha, apenas minha, e eu preciso aprender isto e confesso que não sei como ainda não havia percebido! Acho que são os meus olhos que estão há muito sem enxergar].

Estou perdida. As vezes é necessário não ver e fingir não ver para seguir adiante [infelizmente]. E assim descobrir que faço parte do problema e não da sua solução [e nem sei se consigo mais desviar o meu foco e pensar na sua solução, é difícil prosseguir, nadar, nadar e morrer na praia]. O pior [não encontrei palavra certa para definir isto] é que eu sei que o jogo pode ser revertido. Acho que preciso acreditar mais em mim, notar-me e esquecer o mundo lá fora, só assim mesmo para prosseguir.


FaBeer

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Quem disse isto?

Dizer o quê e em que hora?! Pessoas reunidas, conversas rolando, diversos assuntos, uns que todos discutem e outros que corre pelas laterais. Tudo muito bonito, alegria do povo e da galera, na pauta não falta o futebol e as gafes da semana, independente de quem for. Porém, eis que sempre [as vezes custo a acreditar, mas o termo ‘sempre’ é bem válido] alguém tem que falar algo a mais, o que não devia ser dito, abriu a boca e já era.

Falar, comunicar-se, expressar sentimento ou idéia. Faz parte do ser humano querer passar adiante ‘informação’ [e é qualquer informação mesmo], seja qual for: nova coleção de roupa, jogos, música, arte, política, simplesmente tudo. E ainda há aqueles que digam que mulher fala mais, sobre coisas de menos [sim, temos a necessidade de falar, é da nossa natureza, fazer o quê], mas isto não significa que se deve de generalizar e afirmar que todas não sabem o que dizem.

Há também o interesse, falar algo para ver se consegue algum retorno e se sobressair sobre isto [não sei se sou apenas eu, mas detesto isto]. Mas há uma diferença entre ter um retorno por algo de mérito próprio ou só pra chamar atenção. É claro que todos gostam de ver algo reconhecido, mas tem coisas que [por mais amigo que a pessoa seja, é difícil calar-se e não expor a opinião] são ‘meras palavras aleatórias tentando formar uma frase coerente sobre um assunto qualquer’, assunto este sem nexo algum ou já repetido algumas vezes.

Mas será que um bom argumento dos que ‘falam pelos cotovelos’ seria o clássico ‘quem cala consente’? Afinal, por que não dizer agora e deixar passar?! ‘Posso esquecer’ ou ‘posso não ter outra oportunidade’. Argumentos aos montes existem, mas acho que muitos não são válidos [e acho que seja pela razão de ambas as partes concordarem].

Sinto que muitas vezes faço parte da galera que muito fala e nada diz, afinal, adoro conversar [ou seria apenas ‘falar’, algo que esteja mais para um monólogo], mas acho que estou aprendendo a me controlar [sim, é difícil] e me desculpe se alguma vez eu atrapalhei um ótimo momento de silêncio.


FaBeer

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Todos perguntam...

Rádio ligado, música tocando e, do nada, a mente é invadida por uma nuvem de idéias. Perguntas a serem respondidas, uma questão leva a outra, e mais, mais, mais, mais perguntas e nota-se que tudo estes devaneios foram apenas perguntas.

Parei.

Olhar fixado em um ponto qualquer, sem qualquer intenção de observá-lo. É preciso saber no que pensar, concentrar as idéias, foco. Difícil escolher, as idéias surgem sem que sejam convidadas, atrapalham umas às outras, surgem e desaparecem sem explicação alguma. Concentração, concentração, concentração....... Parou, mas restou uma ainda, uma única: Por que se prender nas perguntas e não nas suas soluções?

Uma vez estava resolvendo [leia-se ‘tentando resolver’] um destes quebra-cabeças. Cinco, dez, trinta minutos, uma hora e nada, até que alguém se aproximou e falou ‘fica difícil executar a tarefa se você se concentrar no problema, devia focar na sua solução’. Como uma simples frase pode mudar muita coisa. Não que antes não se tenha tentado a solução, mas é raro [e mesmo sem pergunta alguma, lá estava eu prendendo-me na questão e não na sua resposta].

De onde vem este súbito de questionar?! Penso eu ‘será que ocorre apenas comigo?’. Que já me acostumei a perguntar, a querer saber motivos que tais questões fluem sem menor esforço? E mais perguntas... Sim, acostumei-me a criar mais perguntas e não pensar nas respostas, não dar atenção à elas, tais que poderiam ser muito mais úteis. Afinal, há tantas perguntas que não tem respostas [lost].

Ver o outro lado fez-me pensar que nem tudo é pergunta. O costume de questionar tudo e achar que o todo precisa ser perfeitamente entendido tornou-me presa a coisas desnecessárias [ou seria um modo de manter a mente sempre atenta a qualquer coisa?!]. Fez-me prestar atenção em coisas mais simples e ver também a resposta de algumas perguntas é questão de tempo [olha, seria este possível tema para um outro post?!]. É claro que ainda há dúvidas sobre certas coisas.

O complicado é saber quando parar para pensar, no que deve prender a atenção e, indo mais além, creio que apenas o que for importante para mim (e sem ser egoísta) e o que também for importante para quem nos é importante, tem sua relevância, já que não basta pensar apenas a si mesmo. Precisamos uns dos outros [mas isto já é tema para um próximo post].


FaBeer

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quem decide o que é notícia?!

Dezenove horas, horário do telejornal. Sentam-se todos em frente ao aparelho televisor para saber o que acontece mundo afora. Fatos em outros países, no Brasil, nos estados e cidades, vê-se a cotação da moeda, operação da bolsa, dicas de beleza (seguido de um sorriso alegre da apresentadora ou apresentador, é claro), economia, esporte, este sempre focado no futebol, sem falar das extensas reportagens, as ditas manchetes.

É claro que hoje, fontes de notícias estão em todos os lugares, e digo que a minha preferência é a internet [nem precisava afirmar isto, mas tudo bem] e o principal motivo, a liberdade de escolha dos assuntos e das fontes. Porém, a notícia falada, o telejornal, ainda é o mais preferido da população [de onde eu tirei isto? Bom, não precisa de pesquisa pra ver que é fato].

Nota-se que a era agora é a da liberdade de expressão, poder falar o que quer e quando quer, prova disto é a imensa quantidade de blog de praticamente tudo que se possa imaginar. E como é de se pensar nem sempre foi assim, a própria historia brasileira tem capítulos onde querer dizer o que pensa era significado de, para alguns, muita coragem, mas para outros, burrice e loucura e medo.

Agora pensando, algumas perguntas surgem, como ‘qual a importância de uma determinada noticia? Se muito do que acontece em algum lugar, já aconteceu ou esta acontecendo em outro?’ [Pode até dizer que estou viajando demais, mas já nesta questão, creio que parte desta resposta seja a própria população, pois ninguém é eterno, coisas acontecerão de novo, mas sempre com algo diferente, entre outroo].

Bom, pensando nisto tudo, em todas as perguntas que poderiam ser feitas volto-me a pergunta principal: Quem decide o que é notícia?

Pereira Jr, 2005, escreve que ‘os noticiários televisivos ocupam papel relevante na imagem que as pessoas constroem da realidade’, já que pelos meios de comunicação descobre o que não acontece logo ali na esquina e pode ver o mundo. O que me leva a pensar que será que pessoas são induzidas a sempre acreditar naquilo que vê?! [sim, pergunta retórica]. Apesar dos telejornais, sites destes mostram as mesmas noticias exibidas na televisão e logo ao lado, escondidinho, encontram-se colunas sobre variados assuntos, porém não menos importante que aqueles de destaque. Sem dizer dos jornais impressos (quase sempre veiculados às emissoras) que também relata as mesmas noticias e outros fatos nos mais logo ali, no canto ou no fim da sessão.

Alguns outros pontos importantes é que a notícia é pura e simples a ponta de um imenso iceberg. Emissoras que tendem a informar, nem todas é claro, também tendem a manter outros patrimônios, como hotéis, condomínios, fazendas e não se fixar em apenas um canal, diversificar os estilos de noticias e programas.

Pensar também no lado do profissional do meio, faz o que gosta e há a necessidade do trabalho [é preciso mesmo? Eu creio que sim]. Entre muitos que nos apresentam o acontecimento agora, há vários que correm pelas laterais sempre buscando relatar fatos menos ‘importantes’ que sempre ficam para a última página ou bloco [e creio serem os mais interessantes], além de blogs e revistas entre outros.

Agora me pergunto, do que adiantou tanta briga pela liberdade de expressão dos meios de comunicação, sendo que muitos destes, antes adeptos a tal causa agora resolver exibir apenas algumas ‘noticias’?! É, tem coisas que eu me esforço, mas muitas vezes prefiro nem entender.


FaBeer

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Opinião, cada um tem a sua!

Até onde vai a nossa capacidade de interferir na escolha alheia?! Seja qual for ela!

Quem nunca passou pela situação de ter sua escolha, e muitas vezes o gosto (e creio eu que é o mais acontece) apontado como algo ruim?! Eu particularmente acho que estou no topo desta lista (e acho que isto se deve ao fato da minha cor favorita ser alaranjado). Certa vez, preparando-me para sair, horas pensando no que vestir (coisa de mulher) e ao estar pronta, alguém vira e fala “Mas você vai sair assim?!” e eu na mais paciência que tenho respondo alegremente “Sim” porém, não satisfeita com a singela resposta ainda incremento “Por que, algum problema?”

Certo, mas fato é que isto não apenas acontece ao fazer escolha de roupas, calçados, lugar aonde ir, filme para ver. Acontece também com escolha ‘não-materiais’, escolha feita por você sobre o que você sente, uma atitude a tomar sobre qualquer coisa. Assim, vou além, entrarei no fato de escolhas e ‘princípios’, aqueles que interferem na vida em si, nos caminhos e atitudes.

Pensando no oposto, que atire a primeira pedra quem nunca teve vontade de dizer algo sobre um pensamento alheio! Muitas vezes acontece sem querer, quando se percebe já falou e pronto, parecer lançado. O real problema vem depois (já até consigo imaginar quando não dei conta do que estava fazendo e ao dizer algo, aquele olhar que nem precisa de palavras me encarava), acontece é claro, mas com o passar do tempo aprende-se a ficar quieto e só ouvir e se quiser falar perguntar ‘ei, posso falar?’.

Pelo lado de detestar o fato de alguém impor opinião sobre algo que EU acho que deve ser de tal modo, não seria de se pensar em saber de outras opiniões, outros pontos de vista?! De pessoas que se conhece há muito e que muitas vezes parece saber melhor de nós mesmos. É claro que não há de querer uma segunda opinião para tudo, mas é fato que sempre há um detalhe que quase nunca vemos e quem esta de fora, na maioria das vezes, o enxerga. Porém não se pode criticar, afinal, estamos cercados de pessoas que querem ajudar. O problema esta mesmo quando se torna insistente e por mais que se diga ‘alô, não precisa mais, entendi’, a ficha não cai, alguém sempre vai continuar falando e por educação você continua ‘ouvindo’.

Sempre que a sua idéia sobre algo muda de forma a fazer o seu caminho mudar, ou apenas fazer um retorno pra ter certeza do que quer, com certeza alguém vai interferir, alguns vão discordar, dizer que é loucura, alguns nada farão por achar que sobre sua vida quem sabe é você, outros já serão mais práticos e apenas dirão o que acha uma única vez e de forma sucinta, afinal, vivemos em uma via de mão dupla.

Gosto deste pensar, do fato que cada um tem ideias distintas sobre a mesma coisa, diversidade. Não dá pra imaginar todos com a mesma opinião sobre tudo (se assim fosse, perderia a graça, já que a beleza esta na enorme diferença), no máximo algumas similaridades. É difícil saber quando interferir, e isto jamais deve ser feito em demasia, é fato que faz parto do ser humano querer opinar, mas não seria melhor antes pensar?! Nem todos têm esta ‘visão’, que a maioria gosta do que escolheu para si, afinal se quisesse algo já teria perguntado! Um dia, quem sabe, cada um fará o que achar melhor somente para si, mas acho que ainda vai demorar muito tempo até isto acontecer.


FaBeer

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quem é inteligente?

Será que achamos outras pessoas inteligentes porque elas enxergam o que não conseguimos e entendemos ou porque concordam com nosso ponto de vista?


Hoje quando tentava solucionar um simples problema, fazer o que era preciso de um modo prático, pensei por diversas vezes em como solucioná-lo. Já cansada e sem solução aparente eis que aparece alguém e eu, sem esperar qualquer reposta útil que fosse, apresentei o problema. Minha amiga, pessoa a quem perguntei, olhou e logo me disse: “Por que você não faz desta forma?”. Aquilo me deixou atônita por uns instantes.

A suposta solução era ótima. E sem ao mesmo pensar em mais nada respondi: “Obrigada. Você é inteligente.”

Porém ao dar esta resposta à minha amiga outra questão começou a despontar em meus pensamentos: Será mesmo inteligência ou só eu achava isto pois vira algo que não vi?
Questionamento me intrigando e eu comecei a pensar. Poderia buscar diversas pesquisas para saber numericamente e, quem sabe, até com precisão, a resposta para esta pergunta. Mas a intenção por trás da questão é ‘quando alguém é mais do que outro?’ (e, por favor, “mais” não é o mesmo que “melhor”). Quando se tem capacidade de realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo e mais, fazê-las com eficiência? Ou realizar algo em tempo recorde? Ou conseguir que um maior número de pessoas lhe dê ouvidos?

São inúmeras as hipóteses a serem levantadas, afinal são inúmeras as perguntas sem soluçai e inúmeras a pessoas que podem respondê-la.

Mas afinal, é possível saber quem é ou não mais inteligente? Eu creio que não, pois ninguém sabe tudo, não há ser humano que detém todo o conhecimento uma vez que este é contínuo e como também muitos conceitos podem e são alterados ao longo do tempo. Logo, pode-se dizer que uma das definições de inteligência (e, creio eu, ser uma das mais importantes, senão a mais) é o simples fato de dividir o problema. Mesmo depois de pensar e pesquisar, não abandonar a questão em si, questionar seja a quem for e ouvir o questionado.


FaBeeR